Abrolhos concentra a maior parte das baleias que vêm da Antártica todos os anos entre julho e novembro. Drone monitorara o comportamento dos animais no período reprodutivo.
Pesquisadores começaram a a usar uma câmera instalada em um drone para analisar o comportamento de baleias jubarte no litoral da Bahia. O equipamento permite que os animais sejam observados sem perturbação e aumenta o campo de visão dos biólogos. Qual é a diferença de observar as baleias da embarcação ou lá do alto? O drone aumenta o campo de visão e permite a observação de baleias que poderiam passar despercebidas.
O drone começou a ser usado neste ano pelo Projeto Baleia Jubarte, ONG que se dedica à preservação da espécie. O cenário da pesquisa é formado pelas águas cristalinas do Arquipélago de Abrolhos, localizado a cerca de 65 km da cidade de Caravelas, no extremo sul do estado.
A região concentra a maior parte das baleias que vêm da Antártica todos os anos, entre julho e novembro, para se reproduzir. Elas nadam tranquilamente e chegam pertinho dos barcos que navegam na área, como mostra um vídeo registrado por pescadores em agosto deste ano.
A batida com a nadadeira é interpretada pelos especialistas como uma forma de comunicação, assim como os saltos. Muitas esticam a viagem e chegam até o litoral norte do estado.
As imagens vão ajudar o estudo dos hábitos desses animais no período reprodutivo. As imagens mostram uma fêmea nadando junto com o filhote e outras quatro baleias, provavelmente machos, segundo os biólogos. Outras fêmeas com filhotes têm às vezes a companhia de mais uma baleia, que pode ser macho ou fêmea. São comportamentos que os pesquisadores querem entender melhor para poder ajudar nas práticas de preservação.
O drone veio também para completar um trabalho que o pessoal do projeto faz de três em três anos que é o censo aéreo da população de baleias jubarte que vêm ao Brasil. São aproximadamente 20 mil por ano. Os biólogos sobrevoam de avião as principais áreas de reprodução e, a partir daí, fazem as estimativas. Agora, com esse novo aliado, o drone, essa contagem vai ser muito mais precisa.
“Quando uma aeronave passa a 250 quilômetros por hora, a 150 metros de altura, muitas vezes a gente pode estar anotando que não há bicho nessa região. Mas às vezes ele pode estar lá e estar mergulhado. Então, ele vem assessorar e corrigir esses possíveis erros na estimativa de abundância desses animais na costa do Brasil”, disse o biólogo Sérgio Cipolotti.
FONTE: [GLOBO]